Alguns minutos depois, no vestiário feminino...
Melanie estava com os olhos molhados e vermelhos, quase chorando. Harmony saiu do chuveiro com sua roupa normal e a mochila nas costas, olhando para Melanie, que estava parada encarando o seu (ex-)armário.
— Melanie? — chamou Harmony, mas a amiga não dizia nada — Melanie, me responde. Você tem que falar isso pra diretora.
Ela levantou-se e hesitou por um momento.
— Não vamos falar nada. E nem você.
— Então... — começou Harmony.
— Não — interrompeu Melanie — eu já disse que não vou contar. Não estou pronta.
— Não era nem sobre isso o que eu ia falar... — resmungou Harmony — eu ia perguntar se você estava bem. Sabe, pra ver o Kyle ou a Beatrice hoje...
— Não se preocupe. Se eu não estivesse bem, eu iria poupar a mim mesma de vir pra escola.
Melanie e Harmony dirigiram-se para a sala de aula, deixando Peyton sozinha, enquanto revirava os olhos e se levantava segundos depois, para ir com Beatrice.
— Olá — disse ela — eu tô interrompendo alguma coisa?
— Não, não está — disse o menino, sorrindo — Preciso ir. Falo com você depois, Har.
Ele deu um abraço a ela e foi para o banheiro masculino.
— Quem é ele?
— Ele é Gabriel Takashi. Participa do Clube de Jornalismo comigo. Ele é uma boa pessoa.
— E sobre o que vocês estavam conversando? — perguntou Melanie, sugerindo algo.
— Bom... Não conte a ninguém... Mas ele é gay. Ele gosta do Dylan, sabe, um daqueles jogadores de basquete que é amigo do Kyle.
— Ah, acho que conheço. Ele não é assumido, certo?
— Me deixem sozinho! — ele exclamou — Não quero falar com ninguém!
— Está tudo bem, Gabriel — disse Harmony, calmamente — Não precisa ficar assim. Não precisa ficar triste porque todos sabem de quem você realmente é e não há de errado nisso. Você tem que ter orgulho de si mesmo. Que se dane o que as outras vão pensar de você.
Melanie estava com os olhos molhados e vermelhos, quase chorando. Harmony saiu do chuveiro com sua roupa normal e a mochila nas costas, olhando para Melanie, que estava parada encarando o seu (ex-)armário.
— Melanie? — chamou Harmony, mas a amiga não dizia nada — Melanie, me responde. Você tem que falar isso pra diretora.
Ela levantou-se e hesitou por um momento.
— Não vamos falar nada. E nem você.
— Como assim?! — retrucou ela, indignada — Melanie, você tem ideia do que ele tentou fazer com você? Ele tentou te--
— Eu sei o que ele tentou fazer comigo, Harmony. — disse ela, irritada — Eu não vou contar nada pra diretora. Não agora. Só quero tentar digerir essa informação primeiro. Vamos embora.
Melanie pegou sua mochila dentro do armário, e o fechou bruscamente antes de sair do vestiário e deixar Harmony sozinha.
No dia seguinte, pela manhã, um pouco antes das aulas começarem, no café da manhã, Melanie e Harmony estavam sentada na mesa, como de costume, porém ambas estavam em silêncio. Elas estranharam que Beatrice completamente ignorou sua existência e não veio perturbá-las.
— Não — interrompeu Melanie — eu já disse que não vou contar. Não estou pronta.
— Não era nem sobre isso o que eu ia falar... — resmungou Harmony — eu ia perguntar se você estava bem. Sabe, pra ver o Kyle ou a Beatrice hoje...
— Não se preocupe. Se eu não estivesse bem, eu iria poupar a mim mesma de vir pra escola.
Porém, alguns minutos depois, Peyton, mais sorridente do que nunca, chegou e sentou-se na mesa, ao lado de Harmony.
— Bom dia, meninas. Como vocês estão? — disse ela sorrindo.
— Estamos bem, não que você se importe — respondeu Harmony.
— Que ótimo! Inclusive, fiquei sabendo que você transou com o Kyle ontem no vestiário. — Peyton gargalhou, porém rapidamente se conteu — Do que você tinha chamado a B mesmo? De vadia da escola? Parece que o feitiço virou contra o feiticeiro.
— Por que você não vai cuidar da sua vida, Peyton? Não tem nada pra fazer? Deve ser difícil ter algo pra fazer quando você tem mais interesse na vida dos outros do que na sua própria. Não me enche, tá bom? Não tô de bom humor. — O sinal tocou, e ela se levantou, junto com Harmony — espero que tenha um bom dia.
Melanie e Harmony dirigiram-se para a sala de aula, deixando Peyton sozinha, enquanto revirava os olhos e se levantava segundos depois, para ir com Beatrice.
Após a aula, Melanie tinha ficado na sala para tirar algumas dúvidas com a professora. Quando saiu, encontrou Harmony e um menino conversando, na frente do armário dele. Melanie foi em direção a eles.
— Não, não está — disse o menino, sorrindo — Preciso ir. Falo com você depois, Har.
Ele deu um abraço a ela e foi para o banheiro masculino.
— Ele é Gabriel Takashi. Participa do Clube de Jornalismo comigo. Ele é uma boa pessoa.
— E sobre o que vocês estavam conversando? — perguntou Melanie, sugerindo algo.
— Bom... Não conte a ninguém... Mas ele é gay. Ele gosta do Dylan, sabe, um daqueles jogadores de basquete que é amigo do Kyle.
— Ah, acho que conheço. Ele não é assumido, certo?
— Não. E ele não tem que ser, pelo menos por enquanto. Ele precisa estar preparado, e estou totalmente apoiando ele para quando chegar o momento certo.
— Fico feliz, então.
Logo depois, a voz da diretora soou ao interfone, pedindo para que os alunos se dirigissem para o auditório para um grande comunicado. Melanie e Harmony logo foram em direção ao auditório.
Chegando lá, no meio da multidão de alunos, elas se sentaram em uma das primeiras fileiras, próximas ao palco. Um telão estava atrás do altar da diretora, que entrou e pediu para que os alunos fazerem silêncio.
— Bom, tenham todos os um bom dia. Como todos sabem, eu sou a Diretora March, e, chamei vocês para o auditório pois tenho um anúncio importante. Como vocês sabem, as finanças--
Após a diretora começar a falar, o telão começou a piscar, e uma imagem surgiu. A imagem de uma câmera, colocada dentro do armário, que estava focando o rosto de Gabriel, enquanto falava com outra pessoa.
— Sabe... — dizia Gabriel — não é fácil... Ser gay e tudo mais. Acho que ninguém me aceitaria, ainda mais se o Dylan soubesse que eu tenho uma queda por ele. Mas ele também nunca me notaria, ele provavelmente deve namorar uma daquelas líderes de torcida bonitas.
Depois da confissão de Gabriel, a imagem congelou. Murmúrios eram ouvidos pelo auditório todo, enquanto a diretora falava com os colegas que fizeram uma brincadeira mal-intencionada para tirarem aquela imagem do telão imediatamente. Gabriel, no fundo do auditório, levantou-se, constrangido. Ele chorou e saiu correndo. Melanie e Harmony também levantaram e correrram atrás dele. Elas o encontraram atrás dos bancos da quadra, abraçando os joelhos com o rosto abaixado, e podia-se ouvir claramente o som de choro.
— Está tudo bem, Gabriel — disse Harmony, calmamente — Não precisa ficar assim. Não precisa ficar triste porque todos sabem de quem você realmente é e não há de errado nisso. Você tem que ter orgulho de si mesmo. Que se dane o que as outras vão pensar de você.
— Eu sei! Mas essa não era a forma na qual eu queria que soubessem. Eu queria contar, eu juro! Eu que deveria ter dito logo, não essa droga de vídeo! Como eu vou dar as caras nos corredores e no refeitório agora? Estou morrendo de vergonha.
— Simples — começou Melanie — você pode sentar com a gente. Não vamos deixar ninguém te atacar. Pode ficar tranquilo.
Ele limpou o rosto e sorriu para elas, assentindo com a cabeça.
Algumas horas depois, no almoço, Melanie, Harmony e Gabriel entraram juntos no refeitório, claro, atraindo olhares, mas Melanie nem Harmony sequer ligaram para isso. Eles se sentaram na mesa de sempre. Dylan foi em direção a eles.
— Posso me sentar? — perguntou Dylan, educadamente.
Melanie e Harmony se entreolharam, depois olharam para Gabriel, que concordou. Ele então se sentou ao lado de Gabriel.
— Então você gosta de mim?
— Acho que isso ficou bem claro há algumas horas atrás no refeitório...
— Eu lamento que você tenha passado por tamanha humilhação, Gabriel... De verdade. Eu não sabia.
As meninas se entreolharam novamente, desconfiando de que alguma coisa esteja errada.
Harmony então notou que tinha alguns meninos da mesa de Dylan com os celulares na mão, mirando na sua mesa, ela então já tinha entendido que tudo não se passava de uma pegadinha.
— Bom, de repente poderíamos tentar algo... — disse Dylan, jogando seu charme — se você quiser, é claro.
Dylan então se inclinou para tentar beijá-lo, então, Gabriel timidamente inclinou-se também. Quando seus lábios estavam prestes a se tocar, Dylan o empurrou, e ele caiu do banco, indo direto para o chão. Todo o refeitório riu, inclusive Dylan.
— Bom, de repente poderíamos tentar algo... — disse Dylan, jogando seu charme — se você quiser, é claro.
Dylan então se inclinou para tentar beijá-lo, então, Gabriel timidamente inclinou-se também. Quando seus lábios estavam prestes a se tocar, Dylan o empurrou, e ele caiu do banco, indo direto para o chão. Todo o refeitório riu, inclusive Dylan.
— O que você está achando? — disse ele, mudando o tom da voz — Que eu gostaria de uma bichinha como você? Se toca, seu nerd. Eu sou hétero. Não gosto de bichas.
— Já chega, Dylan. Foda-se o seu orgulho hétero! — disse Melanie, levantando-se, com Harmony se levantando logo depois.
— Por que você não para de ser um babaca? Sabe, de repente, você deveria agradecer por uma pessoa gostar de alguém como você. Esse seu cabelo grande de aplique tingido de loiro e essas lentes verdes de má qualidade não enganam ninguém, seu idiota. — disse Harmony, e então todo o refeitório calou-se para presenciar a intriga. — Eu vomitaria só de pensar se eu ficasse com um cara que nem você.
— E vocês são o que? Advogadas dele?
— Não — disse Harmony, sorrindo — somos seres humanos, coisa que você não é. Por que não dá meia volta e vai se sentar com seu grupinho infantil e machista? Isso é o que você tem de melhor para oferecer.
Dylan pensou em responder, mas calou-se, encarando as duas com um olhar cortante e ser o centro das atenções do refeitório. Ele então voltou a sentar na sua mesa, nada sorridente, apenas sério. As meninas ajudaram Gabriel a se levantar e foram com ele para a enfermaria.
Tô me aguentando, eu queria que as meninas tivessem dado uma porrada no Dylan, filho da p*%€× do car#$@&-.
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